A maioria das pessoas que confiaram seus direitos ao nosso Escritório vieram da internet. São pessoas de todo o Brasil que confiaram em nós para resolver seus problemas no trabalho.
E é bem comum que em um primeiro momento as pessoas fiquem com receio, por não nos conhecerem pessoalmente.
A melhor maneira que encontramos para que você saiba um pouco mais sobre mim e como cheguei até aqui, é eu te contar um pouco da minha história.
Por isso resolvi trazer um pouco de como me tornei um advogado trabalhista em Fortaleza.
Mas já te adianto que eu nunca imaginei virar advogado, inclusive não ia muito com a cara da maioria deles.
Um começo bem despretensioso
Sou filho de uma artesã e de um militar aposentado.
Conclui o meu ensino médio no Colégio Militar de Fortaleza, mas nunca fui aquela pessoa que tem na ponta da língua o que quer ser quando “crescer”.
Durante todo o ensino médio eu pensei em fazer Publicidade e Propaganda.
Até que um dia, enquanto ia para a parada de ônibus, surgiu a ideia de cursar Direito.
Bem, não foi assim tão do nada, na verdade, a sugestão partiu do meu pai.
Parece um grande clichê, mas é verdade.
Quando terminei o ensino médio, fiz dois vestibulares, um para Publicidade e outro para Direito.
Hoje eu tenho certeza de que se eu tivesse seguido o caminho da Publicidade, seria bem infeliz.
A correria da graduação
Apesar de estar cursando uma faculdade particular, tinha financiamento estudantil (FIES).
As coisas não eram tão fáceis, o dinheiro era apertado e até para tirar uma xerox era um sufoco.
É tanto que eu só lembro de ter comprado meu primeiro livro quando estava prestes a me formar.
Antes disso eram os livros da biblioteca e as xerox que me salvaram.
Lá por volta de 2015, quando estava no 5º período do Curso de Direito, resolvi procurar o meu primeiro estágio.
Entreguei alguns currículos, fiz algumas entrevistas, mas ninguém me chamava.
Passei uns 2 ou 3 meses nessa peleja…
Uma das seleções que fiz, foi para um dos maiores Escritórios de Fortaleza, mesmo sem nenhum gosto pela advocacia.
Afinal, queria mesmo era ganhar algum dinheiro.
A seleção para esse Escritório teve várias etapas, umas duas provas, três entrevistas, uma coisa de louco…
Fiz todas essas etapas e fiquei cozinhando esperando o resultado.
Antes de sair o resultado, apareceu uma vaga para um Estágio na 2ª Vara do Trabalho de Maracanaú/CE, que é na Região Metropolitana de Fortaleza.
Como eu estava doente para começar a estagiar e precisava de dinheiro. Fiz a seleção, mesmo sendo em outro Município.
Lá, a seleção foi mais simples, só uma redação.
Acho que em menos de uma hora depois da seleção, já me ligaram avisando que tinha dado certo e que eu seria contratado!
Fiquei morto de feliz…
O valor da bolsa era ótimo (quase um salário-mínimo) e a carga horária era de 4 horas.
Poucos minutos após receber a ligação da 2ª Vara, me ligaram do Escritório, falando que também tinha passado lá, mas eu recusei
O surgimento de uma paixão
Mesmo com a distância entre o estágio e a minha casa, resolvi encarar a oportunidade.
O negócio não era fácil, pegava uma condução da minha casa para o terminal de ônibus, descia e ia até a estação de metrô.
O metrô me levava até o Maracanaú, mas tinha que caminhar mais uns 20 minutos da estação de Maracanaú para o Fórum.
Isso todo empacotado, com camisa e sapato social, no sol quente do Ceará.
No estágio, eu atendia várias pessoas por dia, advogados, empresários e trabalhadores, todo o tipo de gente que você possa imaginar.
Tinha muita gente que aparecia pra entender como estava seu processo.
Eu amava essa parte do atendimento, a ideia de traduzir a loucura que é um processo para quem precisava, era muito satisfatório.
A maioria dos trabalhadores que apareciam reclamavam que seus advogados não explicavam, não davam retorno ou que não atendiam direito.
Nessa época, eu já não gostava muito de advogados. Depois do estágio, passei a gostar ainda menos.
Na época em que estagiei na Justiça do Trabalho, aumentei o meu desejo por me tornar um servidor público e continuar trabalhando lá.
Eu pensava que só assim poderia ajudar aquelas pessoas.
Quando o dinheiro aperta, fazemos até mesmo o que não queremos
Quando estava no segundo ano de estágio, precisei sair de casa.
Com a bolsa que recebia e as despesas da faculdade eu não conseguiria me sustentar. Aquele velho problema de quem não é herdeiro.
A maneira que encontrei para contornar isso, foi vender docinhos no estágio.
O negócio é que nessa época eu era muito tímido, era muito difícil.
Então resolvi ir atrás de outro estágio para complementar a renda e aprofundar minha experiência.
Quando faltavam mais ou menos 6 meses para acabar o estágio do Maracanaú, consegui outro estágio em um Escritório de Advocacia.
Assim, fiquei acumulando os dois estágios, além da faculdade.
Saía de casa às 5:30 da manhã em direção ao primeiro estágio, ficava lá até 11:30 e corria de volta para casa.
Nessa época, tinha cerca de 30min para almoçar, trocar de roupa e correr para o outro estágio.
Fiquei assim até acabar meu estágio na 2ª Vara do Maracanaú.
Não queria estagiar em um Escritório, mas precisava da experiência e do dinheiro.
Sabe aquela história de quando você não aguenta mais aquele emprego, mas não quer pedir demissão porque precisa do dinheiro? É o mesmo.
Nem tudo acontece como a gente imagina…
Fui “crescendo” dentro do escritório, logo quando saí do Maracanaú, concordaram que eu ficasse os dois períodos lá, ganhando duas bolsas.
Para mim, aquilo foi ótimo, mantive a renda e diminui o cansaço, já que não precisaria ir para dois lugares diferentes.
Apesar de estar crescendo ali, continuava com o sonho de fazer concurso e ser servidor da Justiça do Trabalho.
Nessa época, eu estudava feito um desgraçado… acordava todo dia às 4h da manhã, estudava umas duas horas e ia para o Escritório.
Quando voltava da faculdade, sempre tentava estudar mais um pouquinho.
Ao me formar e receber o registro na OAB, fui contratado como advogado do Escritório em que estagiava, mas continuei estudando para concurso.
Em agosto de 2019, minha Coordenadora da época precisou sair do escritório e eu fui chamado para substituí-la.
Aceitei aquilo, achando que era um grande reconhecimento e coloquei de lado o concurso, passando a me dedicar 100% ao escritório.
Com o tempo, vi que não era reconhecimento coisa nenhuma, mas só uma forma de exploração…. A “promoção” era só uma ilusão.
Nessa época, eu estava sempre sobrecarregado e mal conseguia dormir direito.
E tem outro detalhe: nesse escritório eu trabalhava quase que 100% defendendo empresas, um caso ou outro era de trabalhadores.
No começo, aquilo me tirava o sono. Na época do estágio, chegava a passar mal com algumas coisas.
Nesses poucos casos que atuava defendendo os trabalhadores, percebia a diferença, eu realmente gostava de atender os clientes, de conversar, de explicar e ajudar.
Realmente me sentia bem fazendo aquilo.
Eu entendia as dores dos trabalhadores, de dar tudo de si e não ser reconhecido da forma que merecia, de muitas vezes ter recusado direitos básicos…
A virada de chave
Já cansado da exploração e do trabalho sem um “porquê”, resolvi começar a atender pessoas que eu realmente queria ajudar, por conta própria, através da internet.
Já nos primeiros clientes, percebi a diferença.
Foi quando veio a virada de chave que me fez esquecer de vez a ideia de concurso público:
Na advocacia, eu poderia ajudar as pessoas com o meu conhecimento e também ser esse o trabalho que garante meu sustento.
Foi aí que, em janeiro de 2021, resolvi sair do Escritório.
Percebi que, se o meu sonho era ajudar as pessoas, eu já poderia fazer isso naquele momento.
Eu poderia estar defendendo trabalhadores com o que eu tinha: conhecimento, experiência e empatia.
Novo caminho como Advogado Trabalhista
Não tinha muitos clientes, nem muito dinheiro (ou dinheiro nenhum), mas estava obstinado àquilo.
Sabia que no começo seria difícil, que os primeiros meses não teriam clientes, mas sabia que isso mudaria. Afinal, eu estava genuinamente disposto a fazer a diferença.
Desde então, venho ajudando pessoas de todo o Brasil, fazendo clientes e amigos.
No caminho, encontrei dois sócios e fundamos o Manoel, Duarte e Nascimento Advogados.
Para mim, quando um trabalhador pede ajuda, é um grito de socorro. A busca por apoio, por alguém para confiar, alguém que devolva sua dignidade.
Nessa jornada, encontrei o meu porquê: A justiça social. Reconquistar os direitos dos trabalhadores, empoderá-los.
Comecei a produzir conteúdo no Blog, Instagram e YouTube, para levar conhecimento aos trabalhadores.
É uma grande satisfação levar informação para mais pessoas, para que elas conheçam seus direitos e não sejam passadas para trás.
No que eu puder fazer, vai ter trabalhador sabendo seus direitos sim! Esse é o poder do Digital: empoderar as pessoas