Apesar de ser uma síndrome multifatorial, é possível identificar algumas situações que podem levar ao burnout.
Aqui, separei 7 causas do burnout em bancários.
São as coisas que mais vejo aparecerem em processos judiciais movidos contra os Bancos.
Ao fim, você poderá identificar se está em um ambiente que pode te adoecer.
Caso você identifique qualquer uma dessas causas no seu trabalho, é muito importante que você fique atento e, se tiver algum sintoma do burnout, procure ajuda profissional.
1- Sobrecarga de trabalho
A mais conhecida e comum das causas do burnout em bancários é a sobrecarga de trabalho.
Apesar de os bancários terem jornadas de trabalho reduzidas (de 6 horas por dia), é comum ver Bancos colocando seus funcionários para trabalhar 10 horas ou mais por dia.
Isso gera um grande problema na saúde dos bancários.
Afinal, não é atoa que a lei determina a redução da carga horária dos funcionários de bancos.
O trabalho bancário exige muita atenção e gera uma carga enorme de tensão nos trabalhadores, que acabam se cansando muito mais.
Infelizmente, os Bancos não pensam muito nisso.
Em um caso movido contra o Santander, um bancário provou que chegava a trabalhar mais de 11 horas por dia!
Isso acabou levando ele ao burnout, transtornos de ansiedade e depressão.
Casos assim são bem comuns, de pessoas que fazem várias horas extras por dia, durante vários anos, muitas vezes querendo se destacar dentro da empresa, ou simplesmente por uma grande pressão da direção.
2- Acúmulo e desvio de função
Quando não são aqueles funcionários cabides, são os gestores abusivos, que querem que você faça um milhão de coisas, além da sua própria função.
Isso gera muita frustração e pode levar ao burnout.
A existência de vários cargos, cada um com suas atividades, facilita para que cada um saiba o que fazer.
Quando tudo fica misturado e você acaba tendo que fazer coisas além da sua função, você se frustra por não conseguir fazer aquilo com a qualidade que deseja.
Isso é um ótimo tempero para um estado de burnout.
Um dos fatores que mais contribui com o burnout é justamente esse sentimento de nunca ser o suficiente…
Se você está numa situação em que realmente nunca vai conseguir realizar o suficiente, como vai conseguir suportar e não adoecer?
Além disso, o acúmulo de função inevitavelmente acaba gerando uma sobrecarga de trabalho, que também vai contribuir com o seu esgotamento.
3- Falta de reconhecimento e de perspectiva de crescimento
O dinheiro é importante, ninguém tem dúvida disso. Entretanto, o reconhecimento e a satisfação é tão importante quanto.
Eu não estou falando desse papo de coach de que você precisa amar seu trabalho, que se amar o trabalho nunca mais vai trabalhar e essas bobagens que falam por aí.
Estou falando do mínimo, que é a satisfação de executar uma tarefa e ser reconhecido por aquilo.
Fazer, fazer, fazer, dar duro, e nunca ser reconhecido, causa um sentimento de incompetência. Principalmente quando tem alguém por trás enchendo seu saco toda hora.
Isso tudo leva a um nível altíssimo de estresse, que pode te levar ao burnout.
4- Medo constante de demissão
Quem nunca passou por uma reestruturação e passou meses com medo, pensando todos os dias que ia ser demitido?
Ou mesmo ter começado um novo emprego e ficar morrendo de medo de fazer algo errado e acabar na rua?
Esse frio na barriga é muitas vezes comum, mas tem limite.
Quando a situação é permanente e proposital, quando esse sentimento é incentivado pela Instituição, aí tem coisa errada.
Quer um exemplo?
Aquele Gerente que todo dia fala que tem um monte de gente querendo sua vaga. Ou que diz que se você não alcançar a meta vai entrar em corte?
Não preciso dizer o quando isso é prejudicial para saúde de alguém, né?
Esse, sem dúvida, é um dos motivos mais recorrentes para que os bancários entrem em burnout, principalmente nos grandes Bancos privados.
5- Abusos na cobrança de metas
Não tem nada de mais em ter metas para cumprir, o Banco tem todo o direito de exigir que você alcance metas.
O que não pode é te cobrar como se as metas fossem mais importantes do que tudo no mundo, inclusive sua saúde mental.
Uma coisa é o seu Gerente chegar para você no fim do mês e dizer que é importante cumprir as metas, procurar formas de alcançá-las etc.
Outra coisa totalmente diferente é ele te ligar, mandar e-mail e ir na sua mesa toda hora para saber se você já vendeu mais um produto.
Algo muito normal, é aquela exposição, de quem vendeu mais, que vendeu menos, que fulano e sicrano são os piores vendedores, aqueles rankings de vendas, tudo isso acaba com a saúde de qualquer um.
Tudo isso é considerado assédio moral, e mesmo se não causarem um burnout, geram dano moral.
Uma prática que também é muito comum, mas que também é proibida, é exigir o cumprimento das metas ameaçando com demissão. É aquela velha conversa:
“Se não cumprir a meta, vai entrar no corte.”
Isso também gera muito estresse em qualquer um e no ambiente como um todo.
É assim que se cria aquela situação de medo constante de demissão.
Você passa a achar que se não produzir, trabalhar até a exaustão, vai ser demitido. Não pode ser assim!
6- Metas impossíveis de serem alcançadas
Assim como existe a cobrança abusiva das metas, também existem as metas que são abusivas por si só.
Sabe quando o banco exige que você bata 200% da meta?
Ou quando aquela meta que você quase não bateu em um mês, é aumentada pela metade no mês seguinte?
Isso é abusivo…
Claro que as metas costumam ser difíceis de serem alcançadas, mas elas não podem ser algo impossível, ou quase.
Afinal, se as metas são quase impossíveis, você vai ser obrigado a trabalhar sempre no extremo, isso leva ao adoecimento mental e físico.
Por isso, além de cobrar o alcance das metas de forma neutra e saudável, os Bancos não podem exigir metas abusivas e impossíveis.
7- Perseguição no trabalho
Assim como pode ser considerada um tipo de assédio moral, a perseguição no trabalho pode levar ao esgotamento profissional.
É muito comum que aconteça por parte do gerente ou alguém hierarquicamente superior a você.
A perseguição e o assédio no trabalho não levam apenas ao burnout, como podem causar transtornos de ansiedade, depressão e, dependendo da situação, até mesmo um estado de estresse pós-traumático.
Já vi um caso de uma funcionária do Itaú sofreu perseguição e assédio depois de uma investida rejeitada do seu gerente (assédio sexual).
Ele a assediou sexualmente e foi rejeitado.
Depois disso, ele passou a persegui-la, tratá-la como incompetente e humilha-la publicamente.
No caso dela, as atitudes do gerente a levaram ao burnout.
Por causa disso, ela processou o Itaú e ganhou uma indenização de 200 mil reais.
8- O que fazer ao perceber alguma das causas do burnout em bancários?
Se você está trabalhando em um Banco que te expõe a situações como essas, o primeiro passo é tentar resolver internamente.
Tente conversar com os responsáveis e seus superiores, para que as condições melhorem.
Caso você perceba que as coisas não vão mudar, é importante começar a juntar provas do que está acontecendo e considerar sair de lá…
Sei que esse não é o ideal, não é nada justo, mas talvez a única solução seja realmente sair de lá.
Quando tiver provas do que está acontecendo, recomendo fazer denúncias no Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho.
Essa não é uma solução que costuma resolver problemas individuais. Entretanto, caso seja uma situação generalizada, que acontece com todos, talvez isso resolva.
Já vi casos em que funcionários abriram denúncia no MPT que levaram à Ação Civil Pública e à condenação do empregador em vários milhares de reais.
Nada disso resolveu, ou simplesmente prefere nem tentar?
Novamente, considere sair de lá…
Sua saúde mental não vale CNPJ nenhum, por isso se cuide.
Temos um artigo aqui no blog que é um passo a passo para quem quer sair do emprego por causa do burnout.
Está com burnout e precisa de ajuda?
Sabemos pelo que você está passando. Somos um Escritório com vasta experiência em causas envolvendo síndrome de burnout e podemos te ajudar a encontrar uma saída.
9- Conclusão
Agora que você já conhece as principais causas do burnout em bancários, pode evitar entrar em um estado de esgotamento.
Se perceber que está passando por alguma dessas situações, procure ajuda e lembre-se de que nenhum CNPJ vale a sua saúde mental.
Um abraço e até o próximo conteúdo!